sexta-feira, julho 31, 2009
quarta-feira, julho 29, 2009
divergências troglodíticas — o cro-magnon
no telejornal da 1 fala-se na captura de um foragido que há meia-dúzia de anos vivia em grutas, desde que se evadira da cadeia. a malta gosta destas operações especiais, que levam nome e tudo. ainda são restos da M:I, não a do Tom Cruise, que essa não marcou ninguém. no rodapé aparecem escritas as costumeiras informações: o nome de quem fala para a câmara [devo dizer que muita abertura de mentalidades se deve a estes rodapés, já que tanta vez não bate a letra com a caneta que a imagem que tenho da Dona Adelina é a de um respeitável e viril oficial fardado], a localização, e, claro, o nome da operação de caça ao troglodita.
"Operação Cromanhon".
E face a esta grafia revolucionária, a reportagem policial no terreno torna-se num "quem é quem?"
"Operação Cromanhon".
E face a esta grafia revolucionária, a reportagem policial no terreno torna-se num "quem é quem?"
terça-feira, julho 28, 2009
a quadrinha popular...
... que calha sempre mal ao manjerico, impertinente ponto preto na verdura, fraco sorriso da formosura bairrista. mas julho está já no fim e o ritmo dos dias já não é de marcha. é mais refinado. compensa o quadrado.
Ser Aquele - Camané
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Fernando Pessoa
Ser Aquele - Camané
Se estou só, quero não estar,
Se não estou, quero estar só,
Enfim, quero sempre estar
Da maneira que não estou.
Ser feliz é ser aquele.
E aquele não é feliz,
Porque pensa dentro dele
E não dentro do que eu quis.
A gente faz o que quer
Daquilo que não é nada,
Mas falha se o não fizer,
Fica perdido na estrada.
Fernando Pessoa
silence is a delusion of the senses
hexagrama 51
Chen
[Trauma]
Faça uma oferenda, pois os traumas perturbam imenso, mas ele está a tagarelar e a rir. O trauma assusta todos aqueles que se encontram a centenas de quilómetros de distância, contudo nem uma gota de vinho sagrado cai da colher.
I—Ching, o Livro das Mutações, Livraria Civilização Editora
[este hexagrama já esteve aqui publicado, num contexto completamente diferente mas ainda vivo na minha memória. preferia que tivesse saído outro, mas talvez eu não tenha feito a pergunta certa. e há que ser honesto com a sorte. fare thee well, Merce.]
on chance and questions and answers
A pivot da 2 diz que Merce e Cage desenvolveram uma longa parceria artística e... [as reticências estavam mesmo lá] sentimental. Se um deles fosse mulher, a pareceria seria, sem hesitações, descrita como amorosa. Mas vá, já ouvi pior do que parceria sentimental. Se bem que soa um bocadinho lamechas, convenhamos. Oh well, they loved each other for sentimental reasons...
... if I get the answers and no doors open, it means my questions were superficial and not radical.
... if I get the answers and no doors open, it means my questions were superficial and not radical.
domingo, julho 26, 2009
do the right thing
é tudo o que se quer. excepto naqueles momentos em que só o erro está certo, de tão desumano que é o acerto. e é aí que entra a tristeza, em alquimias de cheiros e sons, e de poros, e da memória da pele ou de um relance do olho rasgado, de um aferir da grossura dos lábios. só errar é humano. mas a paralisia vem nos momentos reptilíneos, em que dançar como a cobra não chega.
quarta-feira, julho 22, 2009
nota sem culpa.
pois, é também por causa desta democonfusão que o Blue! tem estado em modo poupança de energia. este fim de temporada está a ser uma prenda, mas o cansaço deixa traço. ando sem pica.
aqui, quer dizer. ando a pensar até no blogoimobiliário. au suivant!
aqui, quer dizer. ando a pensar até no blogoimobiliário. au suivant!
a desconstrução civil!
Teatramos a cantar, desconstruímo-nos com a Kevin, o Christopher e o Andres, atiramo-nos aos crocodilos dispostos a arcar com as amputações porque esperamos sempre o nascimento de novos membros a cada noite, especialmente porque isso não tem lógica nenhuma na sequência, bombamos rock e country e centrifugamos as referências que saltam dos sabores descobertos em línguas diferentes, desdenhamo-las e deixamos que elas nos redesconstruam. Curtimos que nem uns malucos. E tentamos que os salpicos da consciência e da festa cheguem ao segundo balcão.
E às vezes conseguimos. Até 2 de Agosto, no São Luiz, caos instalado, mercado do vomitado, anarquia, trissomia, demolição, hemofilia, a música de uma americana deliciosamente destravada, as palavras em Praga com cheiro a Vieira Mendes, a alta filosofia e os vídeos do youtube, a baixa política e o genocídio, a sequência sem lógica e uma cosmogonia endemoinhada.
rua antónio maria cardoso, Julho de 2009
DEMO
Teatro Municipal de São Luiz, de quinta a sábado às 21h, domingo às 17h30
até 2 de Agosto
Uma criação Teatro Praga com música original de Kevin Blechdom, Christopher Fleeger e Andres Lõo
Com André e. Teodósio, André Godinho, Andres Lõo, Carlos António, Christopher Fleeger, Cláudia Jardim, Joana Barrios, Joana Manuel, José Maria Vieira Mendes, Kevin Blechdom, Luís Madureira, Miguel Bonneville, Patrícia da Silva, Pedro Penim e Rita Só
Participação Especial Rão Kyao
Crocodilos André Campino, Diogo Bento e mulher bala
Colaboração Vasco Araújo
Iluminação e Direcção Técnica Daniel Worm d’Assumpção
Apoio vocal Luís Madureira
Apoio coreográfico João Galante
Produção Cristina Correia, Joana Gusmão e Pedro Pires
Co-produção SLTM / Teatro Praga
Uma encomenda do São Luiz Teatro Municipal ao Teatro Praga.
Apoio O Espaço do Tempo / DEVIR / Goethe Institute / O Rumo do Fumo
Demo é uma encomenda do São Luiz Teatro Municipal ao Teatro Praga e em co-produção com o Teatro Praga.
Co-apresentação Festival de Almada
E às vezes conseguimos. Até 2 de Agosto, no São Luiz, caos instalado, mercado do vomitado, anarquia, trissomia, demolição, hemofilia, a música de uma americana deliciosamente destravada, as palavras em Praga com cheiro a Vieira Mendes, a alta filosofia e os vídeos do youtube, a baixa política e o genocídio, a sequência sem lógica e uma cosmogonia endemoinhada.
rua antónio maria cardoso, Julho de 2009
DEMO
Teatro Municipal de São Luiz, de quinta a sábado às 21h, domingo às 17h30
até 2 de Agosto
Uma criação Teatro Praga com música original de Kevin Blechdom, Christopher Fleeger e Andres Lõo
Com André e. Teodósio, André Godinho, Andres Lõo, Carlos António, Christopher Fleeger, Cláudia Jardim, Joana Barrios, Joana Manuel, José Maria Vieira Mendes, Kevin Blechdom, Luís Madureira, Miguel Bonneville, Patrícia da Silva, Pedro Penim e Rita Só
Participação Especial Rão Kyao
Crocodilos André Campino, Diogo Bento e mulher bala
Colaboração Vasco Araújo
Iluminação e Direcção Técnica Daniel Worm d’Assumpção
Apoio vocal Luís Madureira
Apoio coreográfico João Galante
Produção Cristina Correia, Joana Gusmão e Pedro Pires
Co-produção SLTM / Teatro Praga
Uma encomenda do São Luiz Teatro Municipal ao Teatro Praga.
Apoio O Espaço do Tempo / DEVIR / Goethe Institute / O Rumo do Fumo
Demo é uma encomenda do São Luiz Teatro Municipal ao Teatro Praga e em co-produção com o Teatro Praga.
Co-apresentação Festival de Almada
segunda-feira, julho 13, 2009
fractura exposta
Na informação da televisão pública fala-se do adiamento da legislação quanto ao Testamento Vital. A direita sussurra, buuuu, atenção ao fantasma da eutanásia. E grita, "fracturante! fracturante!".
E eu penso para mim, matar alguém é monstruoso, condenar alguém à morte é monstruoso, mas é uma monstruosidade que tem um fim no momento da concretização. Condenar alguém à vida contra a sua vontade e muitas vezes em situações extremas de dor e sofrimento, é condenar à tortura sem fim marcado.
A informação pública diz que a lei começou a ser discutida com o apoio do PCP e do BE, mas que "a oposição" põe muitos problemas quanto a este tema "fracturante". A oposição é, portanto, o PSD e o PP, porque os outros são co-adjuvantes do governo PS. É esta a mensagem que tenta passar a isenta TV pública?
Mas são os velhos e sempre presentes temas fracturantes, não é verdade? Assim de repente até se podia dizer que o são por serem temas relacionados com a vida e a morte. Mas se pararmos para analisar a coisa, percebemos que não são a vida e a morte o mínimo denominador comum entre IVG, casamento civil homossexual e poder de decisão sobre o próprio corpo e as terapias que ele recebe e por quanto tempo. Não, que eu saiba ninguém morre se eu casar no civil com a minha Raquel. O mínimo denominador comum, o que que fractura realmente, é o livre arbítrio. A gestação pode ser interrompida desde que haja um juiz/médico/psicólogo/legislador/ecografia que o valide. O casamento não pode ser igual para todos porque é propriedade de alguns, e esses alguns dizem que há amor de primeira e amor de segunda face ao Estado. E a recusa de terapia, mesmo que estejamos inconscientes, é aceite desde que imposta por uma seita/religião da qual oficialmente o doente faz parte, de um gueto cultural, de uma família impositiva. Mas se se tratar de uma decisão previamente declarada pelo próprio interessado, aí já é fracturante e adiável.
Sim, não nos enganemos. O que fractura é o livre arbítrio. O que fractura é a escolha. O que fractura é a liberdade. Democráticos e presos, recusamos a nossa individualidade. Ela fractura-nos.
E eu penso para mim, matar alguém é monstruoso, condenar alguém à morte é monstruoso, mas é uma monstruosidade que tem um fim no momento da concretização. Condenar alguém à vida contra a sua vontade e muitas vezes em situações extremas de dor e sofrimento, é condenar à tortura sem fim marcado.
A informação pública diz que a lei começou a ser discutida com o apoio do PCP e do BE, mas que "a oposição" põe muitos problemas quanto a este tema "fracturante". A oposição é, portanto, o PSD e o PP, porque os outros são co-adjuvantes do governo PS. É esta a mensagem que tenta passar a isenta TV pública?
Mas são os velhos e sempre presentes temas fracturantes, não é verdade? Assim de repente até se podia dizer que o são por serem temas relacionados com a vida e a morte. Mas se pararmos para analisar a coisa, percebemos que não são a vida e a morte o mínimo denominador comum entre IVG, casamento civil homossexual e poder de decisão sobre o próprio corpo e as terapias que ele recebe e por quanto tempo. Não, que eu saiba ninguém morre se eu casar no civil com a minha Raquel. O mínimo denominador comum, o que que fractura realmente, é o livre arbítrio. A gestação pode ser interrompida desde que haja um juiz/médico/psicólogo/legislador/ecografia que o valide. O casamento não pode ser igual para todos porque é propriedade de alguns, e esses alguns dizem que há amor de primeira e amor de segunda face ao Estado. E a recusa de terapia, mesmo que estejamos inconscientes, é aceite desde que imposta por uma seita/religião da qual oficialmente o doente faz parte, de um gueto cultural, de uma família impositiva. Mas se se tratar de uma decisão previamente declarada pelo próprio interessado, aí já é fracturante e adiável.
Sim, não nos enganemos. O que fractura é o livre arbítrio. O que fractura é a escolha. O que fractura é a liberdade. Democráticos e presos, recusamos a nossa individualidade. Ela fractura-nos.
domingo, julho 12, 2009
pouca vergonha.
Está o metro lá em baixo, ainda temos tempo, queres correr? Não vale a pena, estás de saltos deixa lá, não tarda vem outro.
E sentamo-nos e a palheta continua. Os cérebros estão a mil, há muito para verbalizar, é assim que não se rebenta antes das estreias. A hora é de ponta e em três minutos pára o metro no cais oposto. E de repente a Rita fala comigo e eu deixo de a ouvir. Espera, há qualquer coisa diferente no som deste metro a esvair-se, a Rita tambem ouve. Há uma voz. Há música. Não, não estamos a alucinar, a voz não sai de colunas, está aqui, está neste ar. O metro foi-se e a voz ficou. Do lado de cá, faz-se de conta que não se nota, deixa-se os olhos no chão, é o que se faz com os malucos, evitar o contacto visual. Do lado de lá, os pés andantes continuam naturalmente a andar.
E a Rita e eu, de conversa congelada nas bocas e sorriso nos olhos, olhamos o palco que aquela preta linda e feliz vai cruzando enquanto canta com uma voz cheia, ligada, luminosa, que gostava de chegar a Deus, só para conversar um bocadinho, mas não tem asas para voar. Não canta para ninguém, vai a cantar, simplesmente, mas sente-nos no cais para o sodré e dá-nos o finale, ocupa o centro do balco, bem à frente do nosso banco para lá dos carris, abre os braços e entrega, só queria conversar com deus, mas não tem asas para voar. Eu contradigo-a, tens asas tens, então não tens? Aplaudimos as duas e vêmo-la sair, os braços cheios com cestos, os olhos cheios com aquela coisa que às vezes quase se consegue palpar e que, pronto, à falta de melhor, usamos chamar alegria.
Foi isto que quem não aproveitou para levantar os olhos não percebeu. Não era uma louca. Basta olhar para ela para perceber que é lúcida. É apenas feliz. E canta bem que se farta. E não tem vergonha nenhuma de nenhuma das duas coisas.
E sentamo-nos e a palheta continua. Os cérebros estão a mil, há muito para verbalizar, é assim que não se rebenta antes das estreias. A hora é de ponta e em três minutos pára o metro no cais oposto. E de repente a Rita fala comigo e eu deixo de a ouvir. Espera, há qualquer coisa diferente no som deste metro a esvair-se, a Rita tambem ouve. Há uma voz. Há música. Não, não estamos a alucinar, a voz não sai de colunas, está aqui, está neste ar. O metro foi-se e a voz ficou. Do lado de cá, faz-se de conta que não se nota, deixa-se os olhos no chão, é o que se faz com os malucos, evitar o contacto visual. Do lado de lá, os pés andantes continuam naturalmente a andar.
E a Rita e eu, de conversa congelada nas bocas e sorriso nos olhos, olhamos o palco que aquela preta linda e feliz vai cruzando enquanto canta com uma voz cheia, ligada, luminosa, que gostava de chegar a Deus, só para conversar um bocadinho, mas não tem asas para voar. Não canta para ninguém, vai a cantar, simplesmente, mas sente-nos no cais para o sodré e dá-nos o finale, ocupa o centro do balco, bem à frente do nosso banco para lá dos carris, abre os braços e entrega, só queria conversar com deus, mas não tem asas para voar. Eu contradigo-a, tens asas tens, então não tens? Aplaudimos as duas e vêmo-la sair, os braços cheios com cestos, os olhos cheios com aquela coisa que às vezes quase se consegue palpar e que, pronto, à falta de melhor, usamos chamar alegria.
Foi isto que quem não aproveitou para levantar os olhos não percebeu. Não era uma louca. Basta olhar para ela para perceber que é lúcida. É apenas feliz. E canta bem que se farta. E não tem vergonha nenhuma de nenhuma das duas coisas.
sábado, julho 11, 2009
ai, antigamente...
ok, o cansaço não leva aos copos, mas acabei de me arrepender de estar em casa com a tv ligada. o Henrique Sá Pessoa diz que para se ser chef de cozinha, ser homem é uma vantagem, porque se fores mulher tens de abdicar da vida familiar.
se fores homem não, claro. porquê porquê? porque a mulher está lá para te segurar as pontas, não é? se fores mulher, fodes-te, porque os gajos não estão para isto.
2009. é este o ano, não é? e o tipo tem ar de ser mais novo que eu. caramba, que tristeza.
ai, espera, há pouco pareceu-me ouvi-lo dizer que se separou ou divorciou. chato, pá. já não se fazem mulheres como antigamente...
[perdoem a linguagem, mas à beira de estreias o latim descontrola-se ainda mais. além de que não estou para me dar ao trabalho de requintar isto nem um bocadinho. chiça... a espontaneidade com que estas barbaridades saem das bocas não cessa de me surpreender.]
se fores homem não, claro. porquê porquê? porque a mulher está lá para te segurar as pontas, não é? se fores mulher, fodes-te, porque os gajos não estão para isto.
2009. é este o ano, não é? e o tipo tem ar de ser mais novo que eu. caramba, que tristeza.
ai, espera, há pouco pareceu-me ouvi-lo dizer que se separou ou divorciou. chato, pá. já não se fazem mulheres como antigamente...
[perdoem a linguagem, mas à beira de estreias o latim descontrola-se ainda mais. além de que não estou para me dar ao trabalho de requintar isto nem um bocadinho. chiça... a espontaneidade com que estas barbaridades saem das bocas não cessa de me surpreender.]
sexta-feira, julho 10, 2009
em negro
em negro olha para mim e ronrona. só de olhar. e eu espreito o azul sem perceber muito bem se estou a olhar para trás ou para aqui. ainda não percorreu todo o círculo. ainda é eléctrico, azul. mas há momentos em que já não distingo mesmo as costas da frente. como ele, vou-me deixar estar. e aprender a ronronar só de olhar.
quinta-feira, julho 09, 2009
em suspensão
como gato, aqui revolteando na minha cabeça. esta parede que aqui se postou esbranquiçada e os meus olhos parados lendo nos lábios. em ti. e ao espelho lendo nos próprios lábios. será o fim? olho a parede. olho os lábios. a suspensão poisa em paradoxo na cabeça. olho o gato. quem não tem cão, faz como ele.
suspende-se.
suspende-se.
sábado, julho 04, 2009
quinta-feira, julho 02, 2009
bem-dito feicebuque...
... que tem poupado aqui ao cantinho uma série antológica de posts sobre a febre que não me dava há dez anos e que não há maneira de se ir embora e abrir-me as portas de casa. além de um manancial de piadas secas sobre suínos e bolotas.
... isto para não falar no estado da nação.
... isto para não falar no estado da nação.
quarta-feira, julho 01, 2009
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