segunda-feira, setembro 15, 2008

fazei de mim, senhor, um bácoro de Epicuro 2.0

Habitua-te à ideia de que a morte para nós não é nada, visto que todo o bem e todo o mal residem nas sensações, e a morte é exactamente a privação das sensações. A consciência clara e objectiva de que a morte não significa nada para nós, proporciona desde logo a fruição da vida efémera, sem o desejo de acrescentar-lhe tempo infinito e eliminando a aspiração de imortalidade. Na vida não existe nada de terrível, para quem está perfeitamente convicto de que não há nada de terrível para deixar de viver.
[...] aquilo que não nos perturba quando ainda não é presente muito menos nos deverá afligir enquanto esperamos que aconteça. [...] o mais terrível de todos os males, que é a morte, não deverá significar nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que já cá não estamos. [...] O sábio nem desdenha viver nem teme deixar de viver; para ele, viver não é um fardo, e como não-viver não é necessariamente um mal. Assim como se opta pela comida mais saborosa e não pela mais abundante, da mesma forma ele colhe os doces frutos de um tempo bem vivido, ainda que este seja breve.



Epicuro, Carta sobre a felicidade ou A conduta humana para a saúde do espírito


[is that all there is, is that all there is? if that's all there is, my friends, then... na na na na...]

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