sábado, maio 20, 2006

E pronto, lá fizeram "a mais bela bandeira", dizem eles...

Juntaram as madrinhas todas, perdão, as mulheres que não jogam futebol, e lá foram todos contentes apoiar os homens que vão para a guerra, perdão, para o campeonato. Dir-se-ia que são todos os homens do país que vão jogar, única razão que me parece plausível para fazer uma bandeira só de garinas. Apoiemos os nossos homens com uma mão enquanto puxamos a malha das meias com a outra. Mantenhamos a boca aberta e as pernas fechadas enquanto eles andam em campanha pela pátria a dar cabo do canastro aos pretos, aos brasileiros, aos alemães, aos franceses, porque são os maiores, carago, os nossos homens. Mulher na retaguarda, mulher na televisão, mulher contentinha, olé!

Não contei as senhoras.

9 comentários:

Anónimo disse...

bem eu n fui compor a mais bela bandeira do mundo,pq nem gosto de futebol. Mas kual é o mal da coixa afinal? Pior ke um fundamentalismo patriótico é outro fundamentalismo antipatriótico. Beijos patrióticos pra xi manel. E realmente tb preferia ke foxe futebol feminino, xempre era mais giro de xe ver :)

Manel disse...

Não disse que havia mal, pikinina, fiz apenas a minha apreciação do cenário. Eu respondo-te antes com uma pergunta: que razão plausível pode haver para se fazer uma iniciativa destas só com mulheres?

Anónimo disse...

pq como diria o outro o "ke faz falta é animar a malta". No arm done, i guess. :) Bjokas Manel.

Manel disse...

O outro que dizia isso não me parece que achasse muita graça à bandeira, ó pikinina. Quanto ao no harm done, bom, depende do ponto de vista. Temos um país que limita a liberdade das mulheres a vários níveis, nomeadamente o nível mais privado do próprio corpo, que as trata como seres inferiores pagando-lhes menos pelo mesmo trabalho, que recusa as quotas na política com argumentos de mérito [o que é dizer que as mulheres não estão mais acima porque não têm mérito], em que as mulheres são mais qualificadas mas têm menos lugares de poder. Celebrá-las como companheiras dos homens é, no mínimo, rasteiro. Ainda para mais, vivemos tempos salazarentos, com fadinho rasca e tourada, la férias e padralhada. Deves ser novita. Mas estás mais que a tempo de abrir os olhos. Se não te deixares levar na depressiva festa vazia com que televisões e demais poderes estão a banhar este... hmmm... país [bom, seja].

Anónimo disse...

mas é prexiso faxer de tudo um manifesto femininista?...e infelizmente já tenho idd pra ter juixo xim ( como xe ixo tivexe idd lol)...bjokas

Manel disse...

Não pretendi paternalizar-te, acho que entendeste isso, falei na idade porque a escrita que usas te cola um pouco a uma determinada geração [aliás, devo dizer-te que faço um esforço hercúleo para ler os teus comentários, precisamente por essa razão... :p]. A questão é que tudo na vida é uma questão de escolha. Ok, não façamos de tudo um manifesto feminista. Mas nesta situação, não estaremos a fazer precisamente um manifesto machista? É, repito, uma questão de escolha. A minha escolha é não ter nada a ver com acontecimentos com este cheiro a mofo chauvinista, lamento.

Mas se calhar era bom esclarecermos o que cada uma de nós entende por feminismo. É que as interpretações costumam divergir muito neste ponto, diz-me a experiência. O que é o feminismo para ti, pikinina?

Anónimo disse...

femininismo ou mais correctamente feminismo é lutar pla igualdade de direitos entre homens e mulheres...até aí td bem e eu xei k ainda há mt a faxer apesar d td, xó k pexoalmente, n me curto rever no papel de vitima a prexisar d ajuda, como n curto os "ismos", aliás n gosto do machismo nem do feminismo, pq nos coloca xempre como criaturas inferiorizadas, oprimidas e mal realizadas...e tens raxão escrevo mal à farta, mas ixo é pq xou "iiingnurante" e desinstruida. Aliás tenho-me esforxado à brava por desaprender td akilo k me enxinaram :)o k é xempre xinal d alguma (apesar d n muita lol) inteligenxia qd todo o aprendizado xe baseia em mentiras.

Manel disse...

Bom, isto agora dava pano para mangas. Resumo o que penso disto: negar a realidade não a torna menos real, torna-nos cúmplices. Isto não tem nada a ver com assumir o papel de vítima, aliás, nada poderia ser mais oposto. E tal como dizes que desaprender é bom porque a aprendizagem se baseia em mentiras, também o feminismo é necessário, já que toda a sociedade se baseia no machismo. Ele não vai morrer sozinho, lamento. E, se não combatê-lo activamente, pelo menos não ser dele cúmplices, é o mínimo que devemos a nós mesmas. É a minha opinião.

Ah, e não falei da tua qualidade de escrita, mas do "alfabeto" que usas.

Truta Laranja disse...

É que isto dá um trabalhão do caraças a ler... para quê substituir os esses e os cês por xis? Não se poupam letras sequer, só torna hercúlea a tarefa de quem lê!

o_O